Racha uma Breja https://rachaumabreja.blogfolha.uol.com.br Mulheres, histórias e bastidores da cerveja artesanal Mon, 30 Dec 2019 22:19:45 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Dark lager é tendência em 2020 nos Estados Unidos https://rachaumabreja.blogfolha.uol.com.br/2019/12/30/dark-lager-e-tendencia-em-2020-nos-estados-unidos/ https://rachaumabreja.blogfolha.uol.com.br/2019/12/30/dark-lager-e-tendencia-em-2020-nos-estados-unidos/#respond Mon, 30 Dec 2019 22:18:44 +0000 https://rachaumabreja.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/oxbow-300x215.png https://rachaumabreja.blogfolha.uol.com.br/?p=118 O fim do ano chegou e, com ele, resolvi fazer uma retrospectiva de algumas cervejas que tomei e que, imagino, devem ditar os estilos e as tendências para o mercado cervejeiro nos Estados Unidos e no Brasil no ano de 2020. 

Dark Lagers / Rauchbier

Se tem algo que os nova-iorquinos não param de tomar são as dark e smoked lagers. Com sabor defumado e ao mesmo tempo com um corpo leve, elas têm feito sucesso entre as cervejarias da costa leste. Os mais ousados estão partindo direto para as rauchbiers -em geral ainda mais defumadas. Não sei se a moda chega ao Brasil, mas deveria. Apesar de não ser um estilo de entrada, creio que faria sucesso entre os consumidores brasileiros.

Destaques: rauchbier Stands to Reason, da Suarez Family e dark lager Constant Disregard, colaboração da Threes Brewing com a Oxbow. No Brasil: rauchbier Fire It Up Monk!, da Hop Lab.

Pilsner

Os consumidores ainda têm preconceito com as pilsners. Como já comentado aqui, as pessoas associam o estilo a cerveja de má qualidade. O jogo virou, no entanto, no meio cervejeiro -é a preferida de quem trabalha com artesanal. Me parece, entretanto, que o pessoal ainda está apegado ao uso de lúpulo, de modo que a maioria tem lançado o que chamam de contemporary pilsners.

Destaques: Pivo Pils, da Firestone Walker. No Brasil: Oat Pils, da Cervejaria Avós.

DDH IPA

Me parece impossível tomar uma simples IPA nos dias atuais. Se tem algo que vi (e bebi) por aí desde que comecei o Racha uma Breja foram as Double Dry Hopped IPAs. A “modinha” teria começado com a cervejaria Other Half, um sucesso entre os beer geeks de Nova York. Mais hazy, mais lupulada e com mais corpo, o estilo está sendo repercutido por várias cervejarias americanas. 

Destaques: DDH Green Power, da Other Half, Interstellar Jetsetter, uma colaboração da Japas com KCBC e Casa Bruja. No Brasil: Hoptilla, da Dogma.

Desert Sours

A fim de tornar as já conhecidas fruit sours mais aveludadas e encorpadas, muitas cervejarias têm adicionado lactose às suas receitas. A ideia é equilibrar a sensação de acidez, as vezes considerada agressiva por alguns consumidores. Lembram um pouco os smoothies que nunca fizeram verdadeiro sucesso no Brasil. 

Destaques: An Enduring Thing, da Hudson Valley. No Brasil: 2x Milk Shake Pink Lemonade, da Dádiva

Imperial Stout

Na moda há algum tempo, as imperial stouts continuam sendo as queridinhas quando se trata do estilo. A tendência é continuar na onda “pastry”: doces e alcoolicas. O Brasil já aderiu.

Destaques: Scusa, Ma Parlo Solo Un Po’ Di Macaroon Coconut, da Evil Twin. No Brasil: Abyssal, da 5 elementos

 

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Cerveja com pouco álcool é tendência de mercado nos EUA https://rachaumabreja.blogfolha.uol.com.br/2019/10/21/cerveja-com-pouco-alcool-e-tendencia-de-mercado-nos-eua/ https://rachaumabreja.blogfolha.uol.com.br/2019/10/21/cerveja-com-pouco-alcool-e-tendencia-de-mercado-nos-eua/#respond Mon, 21 Oct 2019 17:23:20 +0000 https://rachaumabreja.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/evil-twin-300x215.png https://rachaumabreja.blogfolha.uol.com.br/?p=86 Quem diria que a próxima tendência do mercado cervejeiro americano seria cerveja …sem álcool? Ou com pouquíssimo álcool. “Parece mentira, mas acho que essa veio para ficar”, me explicou Ann Reilly, diretora da associação de cervejarias New York City Brewers Guild.

Quando questionei o motivo da “moda”, Ann me respondeu que as pessoas estão mais preocupadas com a saúde e que querem controlar o consumo de álcool em geral. 

Além disso, a sociedade americana é muito “carrocêntrica”, de modo que a indústria tem focado nos consumidores que bebem, mas ainda assim precisam dirigir. “É um jeito também de ser mais inclusivo e tentar atingir todos os públicos”, concluiu. 

No Brasil tivemos um lançamento semelhante, há pouco tempo atrás, da Cervejaria Dádiva, a Dádiva sem álcool. 

É uma proposta interessante para os abstêmios ou para pessoas que estão tentando parar de beber (que, até pouco tempo atrás, só contavam com opções péssimas no mercado, também conhecidas como “a última punição do bêbado”, segundo meu pai).

O movimento é curioso para quem acompanha o mercado. Os americanos, até onde conhecemos, são os reis da cervejas extremas, seja na quantidade de álcool ou em amargor. 

“Mas talvez Nova York não seja uma referência para o resto do país. Nós vivemos em uma espécie de bolha”, disse Ann, quando questionei se o movimento era nacional. 

“Acho que esse é inclusive o motivo da cerveja artesanal estar indo tão bem aqui. Nova-iorquinos são aficionados por novidades, principalmente no campo da gastronomia”, me explicou. “Para você ter ideia, vamos contar com 500 cervejarias artesanais no estado até o fim do ano”, contou. Para fins de comparação, o Brasil inteiro tem aproximadamente 1.000.

“E as pessoas pagam?”, perguntei.

“Não nos importamos em pagar um pouco mais por coisas que consideramos boas”, emendou.  

Ann Reilly
Ann Reilly, diretora do NYC Brewers Guild, em entrevista ao Racha uma Breja (Foto: Maria Shirts)

Ainda assim, algumas marcas e bares se preocupam com acessibilidade. Notei muitos lugares com happy hour a valores bem baixos, com promoções do tipo duas cervejas artesanais por US$ 6 (R$ 24).

Falando em acessibilidade, o mercado também está reagindo positivamente à inclusão de mulheres no meio cervejeiro. “É preciso reiterar que estamos falando de Nova York, uma cidade progressista que não representa o país inteiro. Eu já ouvi histórias horríveis. Mas aqui as mulheres são tratadas com respeito”, disse. 

Vice-presidente do Pink Boot Society daqui, Ann também organiza o NYC Women in Beer, uma reunião semanal que procura fomentar encontros entre mulheres do meio artesanal. Como em Londres, o encontro gera networking entre quem trabalha ou quer trabalhar na área.

“Aqui as mulheres representam uma grande parcela do mercado de trabalho e de consumidoras de cerveja artesanal. Não dá mais para sermos sexistas. As marcas sabem disso. E elas querem vender, afinal de contas”, resumiu Ann, talvez explicando muito mais sobre a sociedade americana do que ela pretendia.

 

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